23/04/2009

Esporte Clube Renascença – Belo Horizonte/MG





Cidade de Belo Horizonte

Nome: Renascença
Nome oficial: Esporte Clube Renascença
Cores: Preto e branco
Apelido: Time dos Tecelões
Data fundação: 15/10/1941
Cidade: Belo Horizonte/MG
Estádio: Cristiano Guimarães (Eucaliptos)
Mascote: Urubu
Condição atual: Extinto (departamento de futebol profissional)

LOCALIZAÇÃO



Localização Estádio e Sede no Bairro Renascença em Belo Horizonte




ESCUDO


HISTÓRIA

(Atualizada até março de 2009)

O Renascença era o time do bairro da Renascença em Belo Horizonte, mas nunca disputou o Campeonato de Belo Horizonte. O clube disputou os Campeonatos Mineiros entre 1959 e 1967.

O Esporte Clube Renascença foi fundado por funcionários e pela diretoria da Fábrica de Tecidos Renascença (foto abaixo), 15/10/1941.

Fábrica em 1938
Seu uniforme era camisa e meias brancas e calção preto. O escudo em forma de engrenagem tinha um R ao centro. O estádio do clube que ficava no bairro tinha o nome de Cristiano Guimarães, mas era conhecido como "Eucaliptos". Era chamado de "time dos tecelões". Sua sede era na rua Botucatu, 177.


Começou disputando as competições do futebol amador promovidas pela Federação Mineira de Futebol. Em 1947 construiu seu estádio e pediu inscrição no Campeonato da Cidade de 1948. O ingresso no certame era complicado, pois dependia da aprovação dos clubes . A inscrição do Renascença não foi aceita, pois temiam que os seus jogos causassem déficit nas arrecadações.

Em 1958 a Federação Mineira de Futebol aceitou a inscrição de diversos clubes, dentre eles o Renascença. Devido ao grande número de inscritos, houve a necessidade de se organizar um torneio eliminatório para definir as equipes que iriam disputar o Estadual. O Renascença perdeu a oitava vaga para o Cruzeiro e ficou fora do certame. Em 1959, voltou a disputar o Torneio Classificatório e conseguiu uma das vagas para o Campeonato.

Disputou os Campeonatos Mineiros de 1959 (9º); 1960 (10º); 1961 (11º); 1962 (10º); 1963 (11º); 1964 (11º); 1965 (11º) e 1966 (12º), quando foi rebaixado para a 2a Divisão.

A maior glória do Renascença foi a conquista da Copa Belo Horizonte, uma competição que antecedia o Campeonato Mineiro e que era disputada pelos clubes profissionais da capital, mais uma Seleção Amadora. O Renascença venceu o Cruzeiro (2 a 0), o Sete (2 a 0), a Seleção Amadora (4 a 0), empatou com o América (0 a 0) e venceu o Atlético (2 a 0). O artilheiro da Copa foi o atacante Luis Carlos, do Renascença, com 6 gols.

O time campeão do Renascença foi Tonho, Celso, Dalmo, Negrinho, Coelho, Zeca, Piazza (Grilo), Luiz Carlos, Rafael, Robson, Joãozinho. O técnico foi Gérson dos Santos.

O clube também conquistou o Torneio Início de 1963. Empatou com o Cruzeiro (0 a 0) e classificou-se nos pênaltis (3 a 2), depois empatou com o Siderúrgica (0 a 0) e também classificou-se nos pênaltis (9 a 8). Na final, empatou com o Atletico (0 a 0) e venceu nos pênaltis (9 a 6).

O time campeão foi Arésio, Sérgio, Grilo, Borges, Fernando, Piazza, De Paula, Jorge, Zimba, Miltinho, Robson.

Declínio e extinção

Em 1966 ficou em último lugar e caiu para a Segunda Divisão, o que levou a Companhia Renascença Industrial a extinguir o departamento de futebol, em 1967. A indústria ainda resistiu até 1996 quando, sem conseguir acompanhar os avanços tecnológicos, sucumbiu à concorrência com produtos importados, deixando inúmeras pessoas desempregadas e uma grande incerteza para o bairro. No local da fábrica, encontra-se hoje instalada uma universidade particular.


GRANDES JOGADORES

Veja fotos no fim da matéria



O Renascença revelou para o futebol o grande Wilson Piazza, campeão mundial em 1970, o zagueiro Procópio CardosoTonho, ex-goleiro do Cruzeiro e Silvinho, ex-ponta esquerda do Vasco. Encerraram suas carreiras no clube o genial goleiro Veludo, Décio Brito, irmão do zagueiro Brito, da Copa de 70 e Waldir Lellis, o médio-volante Amarelinho. Também passaram pelo Urubu, os jogadores Hélio Lazarotti, Hilton de Oliveira e o goleirão Mussula.

Um craque no Renascença

Por Eugênio Moreira – Estado de Minas

O Renascença revelou grandes jogadores para o futebol mineiro, como Piazza, Procópio e o goleiro Tonho, mas também abrigou craques em fim de carreira. O atacante Ubaldo, ídolo do Atlético nos anos 1950, foi um deles. Aos 28 anos, após passar por duas cirurgias no joelho direito, ele defendeu o clube dos tecelões em 1960, ao ser dispensado pelo presidente atleticano Antônio Álvares, num processo de renovação, depois da má campanha no Campeonato Mineiro de 1959. As mudanças no Galo começaram com a chegada do técnico Yustrich, em abril de 1960.

Ubaldo Miranda teve seu passe colocado à venda, mas, de imediato, nenhum clube manifestou interesse. O jogador, conhecido também como Miquica, ficaria treinando à parte, porque o novo treinador não queria trabalhar com os dispensados, alegando que correria o risco de preparar atletas para outras equipes que poderiam ser adversárias do próprio Atlético. “Será uma espécie de funcionário sem serviço”, disse, à época, o comandante atleticano, em entrevista ao Jornal Estado de Minas.

Em 12 de abril, o jornal anunciou em manchete: “Renascença deseja comprar do Atlético o passe de Ubaldo”. O clube do Bairro Renascença ofereceu 50 mil cruzeiros pela liberação do jogador, e os entendimentos foram rápidos, devido ao interesse das partes. Ubaldo assinou contrato por um ano, “nas bases normais do grêmio e mais um emprego na fábrica, com salário na base de 10 mil cruzeiros”. O grupo de jogadores estava dispensado para a semana santa, e a apresentação do novo contratado ocorreu apenas na terça-feira seguinte, dia 19.

O Renascença era treinado por Lucas Miranda, grande companheiro de Ubaldo na equipe do Atlético nos anos 1950. O jogador agradou em seu primeiro treino: “Contrariando os prognósticos de alguns observadores, o centroavante demonstrou estar em boas condições físicas, pelo que Lucas mostra-se esperançoso de haver resolvido um dos problemas que de há muito lhe causa preocupações”, publicou o EM de 20 de abril.

A estreia de Ubaldo foi anunciada para o domingo dia 24, num amistoso contra o Vespasiano Esporte Clube, em Vespasiano. Mas o atacante acabou não jogando na vitória do Renascença por 3 a 1, porque sentiu leve entorse no joelho. O primeiro jogo com a nova camisa foi na abertura da 2ª Copa Belo Horizonte, contra o América, no Barro Preto, em 28 de abril – o Cruzeiro seria o campeão daquele ano, e o Renascença, do ano seguinte.

A partida não foi boa tecnicamente, e o resultado de 0 a 0 foi considerado justo. “Os elementos encarregados das conclusões estavam em noite pouco inspirada”, avaliou o EM. Mesmo assim, Ubaldo mereceu destaque: “Demonstrou que ainda está em forma, podendo se constituir em figura de grande valia nos próximos jogos. Vigoroso, ligeiro e possuidor de um chute forte”.

Sua passagem pelo Renascença, no entanto, foi muito curta. Já em agosto, Ubaldo estava disputando o Campeonato Mineiro pelo Villa Nova. Em junho de 1961, quando era comandado pelo ex-goleiro Kafunga, o Atlético contratou novamente seu ídolo. Mas ele disputou apenas mais uma partida pelo Galo, na derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro. Jogou ainda na URT, de Patos de Minas; Bela Vista, de Sete Lagoas; e Sete de Setembro, antes de encerrar a carreira em 1962.

Veja na sequência, fotos de jogadores que iniciaram e encerraram carreira no Renascença

Wilson Piazza

Nascido no dia 25 de fevereiro de 1943, em Ribeirão das Neves (MG), Wilson Piazza deu os primeiros passos no futebol defendendo o Estrela, equipe da várzea de Belo Horizonte.

Chegou ao Cruzeiro no começo dos anos 60 depois de passar pelo Renascença onde se profissionalizou em 1962. Como volante do time mineiro, conquistou vários títulos, os principais foram, a Taça Brasil de 1966 , Libertadores da América de 1976 e 10 mineiros (1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977), além de campeão do Mundo pela Seleção Brasileira na Copa do México em 1970.


Piazza no Cruzeiro e em 1984


Procópio

Nascido em Salinas (MG) em 21 de março de 1939, Procópio Cardoso Neto foi um grande zagueiro que começou no Renascença, de Minas Gerais, e passou por alguns dos maiores clubes do Brasil como Cruzeiro, Atlético (MG), Palmeiras e São Paulo. Defendeu também a Seleção Mineira e Brasileira. Após encerrar a carreira, tornou-se treinador e constituiu um currículo respeitável. Começou em 1977 no Cruzeiro e trabalhou depois no Atlético Mineiro, Fluminense, Grêmio, América Mineiro, Atlético Paranaense, Goiás, Bahia, América do Rio e futebol árabe.


Procópio (Março de 2009)

Tonho

Antonio dos Santos Nascimento, três filhos, ex-goleiro titular do Cruzeiro (de 1956 a 66) até nos tempos de Tostão, mora em Rio Claro/SP e é técnico de futebol, há 25 anos. Ele já dirigiu várias equipes brasileiras além do Washington Wipps, dos Estados Unidos.

Goleiro Tonho no Cruzeiro de 1965


Silvinho


Silvio Martins Rêgo, filho da cidade de Paraopeba/MG, foi integrante da equipe juvenil do Cruzeiro de 1963 ao lado de craques como Tostão e Natal. No Renascença atuou ao lado de Piazza. Jogou também no Nacional de Uberaba/MG, Vasco da Gama/RJ onde atuou no histórico gol do milésimo gol de Pelé. Jogou ainda no Vila Nova/GO, América Mineiro em 1971 (foto abaixo), ao lado de craques como Pedro Omar e Jair Bala, e também no Fortaleza/CE em 1972. Faleceu no dia 29 de dezembro de 2012.


América Mineiro 1970 - Em pé da esquerda para a direita: 
Batista, Gilson, Augusto, Élcio, Pedro Omar e Hale.
Agachados: Silvinho, Jair Bala, Helinho, Samuel e Toninho. 
Mais a frente, o cantor Jair Rodrigues
Foto cedida pela família de José Afonso Rêgo (irmão
de Silvinho
Veludo

Caetano da Silva, importante goleiro do futebol brasileiro nos anos 50, morreu no dia 26 de outubro de 1973, no Rio de Janeiro (RJ). De origem humilde Veludo, que na adolescência trabalhou como estivador no porto do Rio de Janeiro, chegou ainda jovem no Fluminense do Rio, clube que defendeu de 1949 a 1956, revezando no gol do time ticolor com o célebre Castilho. Sua fama acabou fazendo com que o mesmo seguisse para o caminho da boêmia, o que muito lhe prejudicou. Após um Fla-Flu, em que o Flamengo derrotou o Fluminense por 6 a 1, a culpa da derrota caiu sobre seus ombros. Aí, Veludo começou sua peregrinação por vários clubes. O arqueiro jogou no Nacional de Montevidéu (Uruguai), Canto do Rio (RJ), Santos, Atlético Mineiro, Madureira (RJ) e Renascença (MG), onde encerrou sua carreira em 1963. Veludo foi também um dos goleiros brasileiros na Copa do Mundo de 1954, disputada na Suíça. Naquela oportunidade, ele também era reserva de Castilho.


Goleiro Veludo no Santos

Mussula

Luiz de Matos Luchesi, o ex-goleiro Mussula, nasceu em Belo Horizonte em 14 de agosto de 1938. Passou por Renascença, Villa Nova, América e Cruzeiro antes de chegar ao Atlético, onde atuou em 168 jogos e sofreu 156 gols. Segundo o Almanaque do Cruzeiro, de Henrique Ribeiro, vestiu a camisa celeste em 126 jogos sofrendo 142 gols. Após encerrar a carreira, não se desligou do Atlético, do qual foi funcionário por mais de 30 anos. Treinou o alvinegro de Belo Horizonte na conquista do título mineiro de 1983. No total, comandou o clube em 121 jogos. Também dirigiu o Villa Nova. Atualmente está aposentado e mora na capital mineira. Mussula defendeu a Seleção Brasileira em uma partida segundo o livro “Seleção Brasileira – 90 Anos”, de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf. O fato se deu em 19 de dezembro de 1968, quando o Brasil venceu a Iugoslávia por 3 a 2.

Goleiro Mussula no Atlético e no Cruzeiro

Ubaldo
Ubaldo Miranda foi um dos maiores atacantes da história do Atlético Mineiro, onde jogou entre 1950 e 1955 e depois entre 1958 e 1961. Nasceu em Divinópolis em 10 de julho de 1931 e se consagrou no Galo ao faturar seis títulos regionais, nos anos de 1950, 52, 53, 54, 55 e 58. Passou também pelo Bangu. Atualmente reside em Belo Horizonte, onde está aposentado. Separado, mora sozinho no bairro Carlos Prates.


Ubaldo no Atlético e na Seleção Mineira

TÍTULOS

Copa Belo Horizonte 1961
Torneio Início 1962



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Fotos: http://www.miltonneves.com.br/

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esporte_Clube_Renascen%C3%A7a
Blog História do Futebol – (Ruy Trida)
Eugênio Moreira (www.uai.com.br) 
http://tpl.wikimapia.info/11319781/pt/Esporte-Clube-Renascen%C3%A7a-antiga-sede
José Afonso Rêgo e família

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Íbis Sport Club - Paulista/PE

Nome: Íbis SC Nome oficial : Íbis Sport Club Apelido: Pior time do Mundo e Pássaro Preto Fundação: 15 de novembro de 1938 Mascote...